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Bauhaus: conjuntura política e trajetórias



O contexto sócio-político na segunda década do século 20 foi marcado por eventos de extrema importância, como a Revolução Russa e a Primeira Guerra Mundial. No continente europeu, principalmente no período entre guerras, acreditava-se que o progresso seria o patamar sobre o qual se elevaria uma nova realidade, onde haveria maior paz e justiça social. Assim, a máquina foi assimilada ao contexto artístico, resultando em princípios de racionalidade formal.


Nesse contexto, tal qual a própria revolução industrial, a adoção dessa racionalização da cultura levou uma aproximação entre arte e da indústria. Esse processo é visível sobretudo nas escolas pioneiras de “artes industriais”, como a Werkbund e a Bauhaus, que buscaram uma nova concepção de desenho e propiciaram um impulso reformador do desenvolvimento industrial (SUBIRATS, 1987).
A criação da Bauhaus e a implantação de sua didática ainda mesclavam o pensamento artístico com o progresso industrial. O fundador dessa escola, Walter Gropius, acreditava que a base artesanal era essencial, e que a criação partiria do pressuposto de liberdade do artista. Assim, reuniu ao seu redor pintores, escultores, decoradores, arquitetos e muitos outros profissionais de diversos locais. O objetivo desse artigo é relatar brevemente os principais acontecimentos da curta existência dessa escola precursora do design contemporâneo.

  •   Origens

No período imediatamente anterior Primeira Guerra Mundial (PGM), a Alemanha caminhava para se tornar a nação européia mais industrializada e militarizada. Com sua rápida urbanização e expansão, era por vezes comparável ao progresso norte americano, em contraponto aos outros países europeus, principalmente por seus progressos na nova arquitetura e artes, tornando-se referência na época.
Em 1901, o arquiteto e pintor belga Henry van de Velde (1863–1957) chegou à cidade alemã de Weimar, e lá fundou a Escola de Artes Aplicadas, em 1906. Em oposição à rígida educação artística acadêmica, ministrada na vizinha Escola Superior de Artes Plásticas, o ensino e a metodologia em sala de aula daquela escola orientava-se para uma renovação da arte industrial, visando à solução de problemas formais relevantes do ponto de vista prático, e não à produção de uma arte autônoma.
Na Alemanha, em 1907, surgiu a Deutscher Werkbund (Federação Alemã do Trabalho), uma associação interdisciplinar que agrupava desenhistas industriais, arquitetos, artistas, produtores e comerciantes. Criada por um grupo de arquitetos, implantou muitas idéias no campo do funcionalismo e padronização, que originaram a guten form (boa forma). No mesmo período, Peter Behrens, que teve discípulos como Mies van der Rohe, Le Corbusier e Walter Gropius, vinculou arte e técnica na sua obra (ROMER, 2005).
Em 1915, Henry van de Velde sugeriu para seu sucessor, além dos nomes de Hermann Obrist e August Endell, também o do arquiteto berlinense Walter Gropius (1883-1969). Gropius era assistente de Peter Behrens em Berlim, e teve contato com uma nova concepção de arquitetura. Já havia se destacado antes do início da guerra por uma série de construções que o caracterizavam como um arquiteto progressista, que não negava a técnica, mas antes empregava conscientemente suas possibilidades estéticas e construtivas (WICK, 1989).


Walter Gropius (Fonte DROSTE, 2002 p. 23)
Nessa época também foi esboçada a criação de um centro de referência para o artesanato e a indústria, porém esses planos foram interrompidos pela guerra. O edifício da Escola de Artes Aplicadas foi então utilizado como hospital militar, o que causou um adiamento das negociações para o pós-guerra (WINGLER, 1975). Henry van de Velde deixou Weimar em 1917, três anos depois da eclosão da guerra, devido a pressão dos acontecimentos políticos, sobretudo às hostilidades que sofria por ser estrangeiro (WICK, 1989).
Após a guerra, um regime republicano foi instaurado em assembléia na cidade de Weimar, que se tornou então capital do que ficou conhecido como República de Weimar. No entanto, os pesados termos de rendição alemã, impostos pelo Tratado de Versailles se fizeram sentir nos anos subsequentes. O “espírito” do povo alemão não foi recuperado e a nação passou por sérios prejuízos morais e éticos.
A falta de força da recém formada república levantou uma busca incessante por unificação e significado. Surgiram então motivações como a de Walter Gropius, que expressou novamente o seu desejo de liderar uma escola de Artes e Ofícios em Weimar. Isso se tornou possível somente em 1919, com a fusão da Escola de Belas Artes e da Escola de Artes Aplicadas, sob a direção de Gropius, criando a Statliches Bauhaus (Casa da Construção Estatal).
A Bauhaus foi o resultado de uma tentativa incessante de renovar a formação nas artes aplicadas da Alemanha, cujas bases encontravam-se no Deustcher Werkbund (FRAMPTOM, 2000). Também partilhava do mesmo princípio semeado anteriormente por William Morris (1834-1896), que procurou resgatar a relação entre o artista e o artesão perdida com a consagração do industrialismo.
A Bauhaus passou por três diretores: Gropius, até 1928; Hannes Meyer (1889-1954), até 1932; e por fim Mies van der Rohe (1885-1969), de 1932 a 1933, ficando até o seu fechamento em julho de 1933. Inicialmente, como instituição estatal, a Bauhaus era financiada pelos fundos dos conselhos municipais das cidades que a abrigaram, primeiramente Weimar, de 1919 a 1925; depois Dessau, de 1925 a 1932, e finalmente Berlim, de 1932 a 1933.



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